Desejo Concedido

Sou a caçula de uma família de cinco irmãos. Crescemos em meio a muitas dificuldades. O meu pai bebia muito, o que acarretou uma doença que o impossibilitava de andar e, com isso, as crianças tiveram que sair para venderem doces e frutas. Lembro-me de ter ido vender frutas com os meus irmãos na antiga fábrica Matarazzo. Por causa da bebida, meu pai era muito violento, batia na gente por qualquer coisa e, com a minha mãe, era pior: brigas constantes, violência e muitos xingamentos. Tudo isso tornava o ambiente péssimo,com a gente sendo acordada aos gritos para trabalhar. 

Quando eu estava com catorze anos, ele entregou a vida para Jesus e nos levou também para a lgreja. Lá começamos a conhecer sobre Deus e, um dia, eu e meus irmãos, convidamos Jesus para ser o Senhor das nossas vidas, cumprindo-se o que está escrito em Atos 16:31: “Crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo tu e a tua casa”. 

Nesse tempo, fui me envolvendo nas atividades da lgreja como professora na Escola Dominical, nas reuniões de orações e atividades de jovens. Sempre trabalhando na obra do Senhor. Aos dezoito anos, comecei um relacionamento com um rapaz da lgreja e, em pouco tempo, já fazíamos planos para nos casar. Passaram-se dois anos e ele desfez o namoro. Sofri muito. 

Naquela época, eu participava de muitos acampamentos de jovens e lia sempre a Bíblia para aprender qual a vontade de Deus para nossas vidas no tocante aos nossos relacionamentos. Aprendi que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo e que Deus proíbe o sexo antes do casamento. Buscava orientação de Deus para tudo, por isso nunca “fiquei” com ninguém, pois eu orava pedindo a Deus um homem segundo a vontade dEle. Alguém para ser meu esposo, amigo, confidente e, acima de tudo, para caminharmos juntos na vida cristã. “Agrada-te do Senhor, e Ele concederá os desejos do teu coração” (Salmos 37:4).

No início de 1988, ganhei um livro do tipo devocional, fazendo dele minha leitura matinal diária. Como de costume, pela manhã, fiz a minha leitura e saí para o trabalho tendo um dia normal. Mas, no período noturno, estava na moto com meu irmão e sofremos um acidente. No percurso para o hospital, todos achavam que eu estava morta, pois fiquei um período desacordada. Na minha mente, estavam passando vários fatos e, como um filme, fui revivendo várias situações da vida.

Fiquei alguns dias hospitalizada, passei por várias cirurgias e, quando saí do hospital, fui muito incomodada pelo Espírito Santo a ler novamente o devocional daquela manhã. Nele estava escrito: “A minha carne e o meu coração desfalecem mas Deus é a fortaleza do meu coração e a minha porção para sempre. ” (Salmos 73:26). Realmente, Deus estava cuidando de mim o tempo todo. Mesmo em meio às aflições,desfalecendo, Ele nunca me desamparou, ao contrário, estava lá, fortalecendo o meu coração.

No final de 1993, fui visitar a 2° IPI -Igreja Presbiteriana Independente e ali conheci um rapaz, que foi amor à primeira vista”.

Começamos a nos conhecer e, depois de um tempo, firmamos o namoro. Fazíamos planos para o casamento, mas, lá no meu íntimo, eu sentia muito medo, pois o exemplo de casamento que eu tinha em mente era o do meu pai com minha mãe, cheio de brigas. 

Um dia, em minhas orações, eu pedi a Deus que se o meu casamento com o Divino (isso mesmo, até o nome Deus preparou) fosse da vontade dEle, que Ele mandasse alguém para confirmar a escolha. 

Num determinado dia, estávamos em um curso sobre “Cura Interior” e o pastor perguntou quem queria um abraço de pai. Eu manifestei o meu desejo, porque o meu pai já havia falecido e eu sentia saudades dele. Então veio um irmão da cidade de Londrina que eu não conhecia e me disse assim: “Eu tenho um recado para você: Deus disse que o casamento de vocês não vai ser igual ao do seu pai com sua mãe”. Era a confirmação daquilo que eu havia pedido em secreto para Deus. “Desejo concedido”! Casamo-nos, temos dois filhos lindos e, acima de tudo, andamos juntos nos caminhos.do Senhor e em sua presença.

Na caminhada com Jesus, temos muitas lutas, provações às vezes, parece que não vamos conseguir, mas ficamos firmes na promessa “Eis que estou convosco, todos os dias até a consumação do século” (Mateus 28:20): DEUS É FIEL!  

Como a visão da Igreja Evangélica das Nações vem contribuindo na sua transformação de vida?

Ela vem contribuído para o amadurecimento espiritual, porque nos leva a entender que devemos sair da nossa zona de conforto. Não basta só ir aos domingos no culto e se “alimentar” da palavra, vai mais além! Tem gerado em mim o desejo de ter mais intimidade com Deus por meio da leitura da palavra e da oração, através do TSD (tempo a sós com Deus). Quando nos reunimos nas cordas, compartilhamos com os irmãos aquilo que temos aprendido de Deus. E como iremos falar de alguém se não formos íntimos dele? Para as pessoas que eu tenho discipulado, enfatizo sempre a necessidade de terem a intimidade com Deus, o “TSD”. Só assim, seremos pessoas melhores em casa, no trabalho, na igreja e com os Natanaéis.