Por Elisabeth Primo Berbel Lopes
Venho de uma família de cinco irmãos dos quais sou a caçula. Meu pai foi alfaiate e minha mãe, uma mulher do lar, mas sempre colaboradora nos serviços gerais da alfaiataria. Todos provenientes do catolicismo, mas, logo após minha primeira comunhão, já não éramos praticantes.
Com 15 anos, convidaram-me para ir à Igreja Presbiteriana Independente participar de uma campanha evangelística. Num certo momento da reunião, levantei a minha mão expressando o meu desejo de convidar Jesus para ser Senhor e Salvador da minha vida. Senti nascendo dentro de mim um desejo de conhecê-Lo melhor.

No entanto, quando eu tinha 11 anos de idade, fui convidada a participar dos treinamentos da seleção de basquete feminino de Marília-SP. Logo em seguida, minha vida começou a tomar novos rumos, pois o esporte me ensinou a disciplina, a superação, a motivação, a organização e o aprendizado do trabalho em equipe.
Devido aos jogos de basquete nos finais de semana, não foi possível frequentar a igreja e, com o passar do tempo, fui me entrosando com alguns jovens da Igreja Presbiteriana do Brasil, que já haviam criado vínculo de amizade comigo. E foi ali que fui discipulada, batizada e convidada a preparar estudos bíblicos para adolescentes e jovens. Esse desafio e o meu envolvimento com o esporte me trouxeram crescimento e fortalecimento no conhecimento da Palavra de Deus.
Durante as férias, sempre participei de acampamentos cristãos. Trabalhei como equipante e isso me trouxe experiências em várias atividades: cuidei de crianças, aprendi a manejar fantoche, trabalhei na cantina, ajudei a organizar atividades esportivas, aprendi a fazer o TSD (tempo a sós com Deus), participar de cultos, louvor, etc. Foram momentos marcantes na minha trajetória cristã, e ali começou a nascer o desejo de me preparar melhor para servir a Deus em tempo integral. Quando cheguei em casa e contei tudo aos meus pais, a reprovação foi imediata. Então, muito frustrada e sem entendimento, fui orientada pelo meu pastor a lhes obedecer, pois se fosse Deus quem estava me chamando, um dia, meus pais iriam aprovar.
Passado o tempo, ingressei na universidade, fiz um ano de Biologia na cidade de Rio Claro e, durante todo esse período, retornava à Marília para treinar nos finais de semana e jogar. Foi um ano muito difícil, até que meu técnico fez uma nova proposta e eu aceitei com a aprovação dos meus pais. Deixei o curso de Biologia, voltei para Marília, ingressei na universidade para fazer Educação Física e recebi apoio financeiro de uma empresa de alimentos muito conceituada na cidade, Marilan S/A, a fim de me dedicar totalmente aos treinamentos e organizar uma escolinha de basquete feminino infantil para encontrar novos talentos e compensar todo o apoio financeiro que recebi por muitos anos.
No basquete, sempre tive liberdade de orar, estudar a Bíblia e falar do amor de Jesus para as companheiras de equipe. E, por não ser eloquente nas palavras, estava sempre encontrando meditações para entregar por escrito a cada uma delas, orar juntas antes do início dos jogos e, passado algum tempo, muitas delas já estavam me acompanhando na igreja.
Com 24 anos, casei-me e o ardor missionário renasceu porque o meu noivo também sentia desejo de servir a Deus. Saímos de Marília e, durante os três primeiros anos, joguei na seleção de basquete da cidade de Londrina-PR e, em Cambé, organizei e treinei uma equipe de basquete feminino infanto-juvenil. Infelizmente não tenho espaço para detalhar os acontecimentos que vivemos nesse período. Alguns difíceis, outros enriquecedores. Mas para concluir, é importante deixar registrado que, através do esporte, encontrei amigos que mostraram o caminho da verdade: Jesus. E, com a base que recebi no seminário, estudando a Palavra de Deus e priorizando a vida missionária, fui aprendendo a transmitir a outros o imenso amor de Jesus por todos nós.
Até os dias de hoje, recebo notícias das jogadoras que caminharam comigo, compartilhando que firmaram seus passos com Jesus. Essa é uma grande recompensa e me faz pensar que… tudo começou na adolescência! Jesus continua escrevendo a minha história. Já passei momentos difíceis, mas o que me conforta está escrito em Salmos 30:5b: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem no amanhecer”. Meu maior desejo é viver uma vida saudável fisica, mental, emocional, espiritual e relacionalmente, para que em tudo a vontade do Rei dos reis prevaleça e não a minha. Eu quero servi-lo em todo o tempo. Se não for assim, nada valerá a pena.
Venha comigo, entregue o comando da sua vida nas mãos daquele que o ama e tem o melhor para o seu futuro.
Como a visão da Igreja Evangélica das Nações vem contribuindo na sua transformação de vida?
No início, senti muitas dificuldades para me adaptar. E foi em meio às minhas resistências, incompreensões e às palavras de alerta do meu marido que consegui perceber o quanto eu estava engessada na maneira religiosa de servir a Deus. Depois de um tempo, lutando contra os desejos da carne e da religiosidade, decidi dar ouvidos a Deus. A partir de então, algo novo, surpreendente e libertador vem despontando a cada dia. O modelo foi se encaixando de forma tão graciosa na minha caminhada que o desejo de ser uma serva útil, encontrar espaços para servir a Deus, estreitar relacionamentos, aprimorar minha intimidade com Deus através do TSD (tempo a sós com Deus) e cuidar do novo ambiente de treinamento para membros da IEN (Igreja Evangélica das Nações) foi renovada, aprimorado e vem contribuindo na transformação da minha caminhada cristã. Obrigada Jesus, porque acorde e agora tenho muito a desfrutar!!!
