O grande milagre

Fernanda dos Santos Alves Estudante universitária/maquiadora Tenho 24 anos e, se hoje estou aqui, é por conta de um grande […]


Fernanda dos Santos Alves
Estudante universitária/maquiadora

Tenho 24 anos e, se hoje estou aqui, é por conta de um grande milagre.

Sempre morei em Marília. Meus pais se divorciaram quando eu tinha seis anos, e, desde então, a vida de minha mãe com seus quatro filhos pequenos virou de ponta cabeça.

Após a separação, começaram surgir problemas financeiros, pois meu pai não queria pagar a pensão alimentícia e minha mãe não trabalhava, já que tinha quatro crianças para cuidar: eu (6), Shirley (7), Maurício e Michelle (11). Devido a separação, meu pai começou a agir estranhamente: sempre que nos visitava, era um martírio, brigava, humilhava, maltratava. Cheguei a pensar que seria melhor não ter um pai.

Anos se passaram. A cada dia, a situação piorava mais. Um dia, foi liberada uma quantia de uma ação que minha mãe havia entrado contra meu pai e, a princípio, seria nossa salvação, já que não tínhamos combustível, gás nem comida. Lembro-me da geladeira com uma garrafa de água e uma manteiga na porta. Porém, durou pouco, voltamos a passar necessidades novamente. Era difícil para minha mãe ver seus quatro filhos indo sem comer para a escola, mas ela não desistiu e dizia com amor: “Deus está conosco!”, mesmo quando não tinha mais forças.

Mais alguns anos se passaram e, quando eu estava com 15 anos, meu pai estava precisando de ajuda. Com a idade mais avançada e não podendo mais viver sozinho, entendemos que as únicas pessoas que poderiam ajudá-lo seríamos nós. Decidimos trazê-lo para casa novamente e, minha mãe, com o coração amoroso, se comprometeu a cuidar dele.

Depois de seis meses com ele morando em casa, comecei a ficar mal. Não dormia, não comia, já não era mais eu. Não conseguia ir à escola e acabei tendo crises de pânico. A única coisa que me acalmava era ficar repetindo para mim mesma: “Em paz me deito e logo adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.” (Salmos 4:8).

Perdi o 2º Colegial, engordei muito, não conseguia ir aos cultos nem ao mercado. Não tomava banho e meus dias eram sempre cinzas. Vivia em cima de uma cama, dopada, porque sem os remédios não dava para ficar. Anseios pela morte começaram a tomar conta de mim, pois eu já não sentia prazer em viver e estava sem perspectiva para o futuro.

Após longos três anos nessa situação, algumas vezes busquei dar um basta, mas não foi por querer e sim por não suportar mais tanta dor, tanta angústia. Recordo do dia em que minha mãe estava no meu quarto, orando horas e horas de joelhos e eu sem me alimentar havia alguns dias, trancada no banheiro. Posso chamar aquele dia de “O grande milagre”. Sabe quando um filme passa em sua cabeça, com muitos pensamentos ao mesmo tempo? Por volta das 8 horas da noite, após passar horas trancada, senti algo diferente: senti vontade de abraçar minha mãe e pedir ajuda. Saí do banheiro, vim até o quarto e a vi de joelhos. Chorando, implorei para que me ajudasse, pois não suportava mais todo aquele sofrimento. Eu disse: “Mãe, não quero mais viver. Peça para Deus me levar!” Ela, com os olhos cheios de lágrimas, pediu para que nunca mais eu falasse isso e se ajoelhou novamente para orar. Após alguns minutos, ela relata uma visão que teve de Jesus. Nesse momento, meu pai, que estava no quintal, veio até a porta do quarto e eu o abracei. Não sei explicar, apenas comecei a falar, pedi perdão, liberei perdão. Eu chorava sem parar, e ele dizia: “Está tudo bem, o pai te ama”. Te ama? Quando eu havia ouvido isso? Nunca! Neste dia, senti alívio. Após esse episódio, remédios que eu tomava foram reduzidos e cortados. Comecei a trabalhar, estudar, dormir sem medicamentos, viver.

Se você se sente como eu ou tem enfrentado situações parecidas, gostaria de deixar um recado: procure a Deus primeiramente, pois Ele jamais o deixará. Eu o incentivo a buscar ajuda, seja um profissional, um líder da igreja, seus pais ou algum amigo em que confie.

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”

(II Crônicas 7:14)

Toda honra e glória ao Senhor!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima