Missão que nos resta cumprir

Rodrigo Cesar Vieira Psicólogo Clínico e Professor Assistente de Pós Graduação da Columbia International University Instagram: @psi_rodrigo.vieira “Mil poderão cair […]


Rodrigo Cesar Vieira
Psicólogo Clínico e Professor Assistente de Pós Graduação da Columbia International University
Instagram: @psi_rodrigo.vieira

“Mil poderão cair ao seu lado, dez mil à sua direita, mas nada o atingirá” (Salmos 91:7)”.

O conhecido salmo 91 nos traz à memória a proteção de Deus. Trata-se de um texto que nos inspira a confiar naquele que nos protege dos riscos que percebemos, mas, principalmente, dos perigos que a nossa percepção não alcança. Contudo, há algo no sétimo verso que merece destaque: ainda que ele declare que eu não serei atingido por alguns males da vida, é fato que existe a possibilidade de eu observar pessoas caindo à minha volta (ou seja, pessoas próximas), e lidar com tais situações requer uma maturidade que nem sempre eu tenho!

No ano de 2020, a minha família e eu morávamos na Índia e, durante os primeiros meses da pandemia, vivemos lá as mesmas inquietações que boa parte da população mundial viveu: instabilidade política, dúvidas em relação aos protocolos de higienização, preocupação com a saúde e com a vida dos familiares. Durante esse período, também tivemos a oportunidade de experimentar Deus sob novas perspectivas, e uma delas foi a de romper com a zona de conforto para praticar uma fé que surgia de perdas reais e İminentes! Lembro que, um dia, fomos a uma estação de trem na cidade indiana de Patna para levar um pouco de comida para pessoas que haviam perdido seus trabalhos em metrópoles como Delhi e Mumbai e que agora retornavam para os vilarejos e cidades natais considerando-os única possibilidade de sobrevivência. Nesse dia, o que nos chamou a atenção nessas pessoas não foi o medo de poder pegar uma doença silenciosa e desconhecida, mas a falta de esperança para com o futuro.

Em dezembro de 2020, retornamos ao Brasil e percebemos o mesmo quadro de dor. Passamos o Natal sobrevivendo e enxergando muitas perdas… E, foi nesse cenário que, no início de 2021, a minha esposa e eu tivemos uma conversa que mudou a minha perspectiva da pandemia.

Nessa conversa, falamos que, por diversas razões, Deus havia nos protegido como prometido no salmo 91 (e não só a nossa vida, mas também a vida de milhares de pessoas). E, como parte desse processo de proteção, nós teríamos que olhar mil caindo ao nosso lado e dez mil à nossa direita. E que, durante essa experiência de perceber pessoas sendo afetadas, o nosso coração precisaria lembrar que Deus havia nos colocado na lista de sobreviventes da COVID para que pudéssemos cumprir alguns propósitos que ele tem para nós. Compreendemos que os sobreviventes da pandemia estavam sendo poupados para que juntos pudéssemos descobrir os detalhes da missão que ainda nos resta cumprir! E essa certeza de que sobrevivemos para fazer algo no mundo, impulsiona-nos a declarar que Deus, ao poupar sua vida, tem propósitos para você.

Antes de finalizar o texto, gostaria de voltar à cena narrada em uma estação de trem na Índia, onde estávamos. Naquele dia, apenas o que conseguimos fazer foi entregar um pouco de comida e observar as incertezas do coração expressas no rosto de milhares de pessoas. Se eu pudesse voltar no tempo, teria feito algo diferente: além da entrega do alimento, teria falado a cada um que, até o momento, a nossa vida só fora poupada porque Deus quis. Eu também teria dito que existem razões para termos sobrevivido e que somente Deus poderia dar as respostas para cada um. No entanto, como não posso voltar para aquela estação a fim de acrescentar essas observações, quero aproveitar esse momento e afirmar que Deus nunca perderá o controle dos acontecimentos da história humana, e que, em tempos de medo e aparente caos, ele continua a nos proteger e a cumprir sua missão através da nossa vida!

Assim, que você e eu possamos nos voltar ao Criador e buscar nele as respostas para uma pergunta: para quais propósitos você e eu temos sobrevivido?

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