Do Nordeste ao Pai Celeste

Nasci em Nossa Senhora das Dores, cidadezinha do estado de Sergipe, localizada a aproximadamente 70 km da capital Aracaju, em […]

Nasci em Nossa Senhora das Dores, cidadezinha do estado de Sergipe, localizada a aproximadamente 70 km da capital Aracaju, em uma família grande, formada por sete irmãos: seis mulheres e um homem, todos muito unidos e próximos um do outro até o dia de hoje.

Tive uma infância muito sofrida e marcada pela perda. Quando tinha apenas três anos, meu pai, com o intuito de ganhar dinheiro, foi para uma cidade no interior de São Paulo e levou toda a família junto. Três meses depois, minha mãe contraiu uma doença, ficou internada, mas não resistiu e nos deixou. Perdemos nossa mãe no momento em que mais precisávamos, pois éramos crianças ainda.

Minha segunda irmã mais velha, na época com apenas 13 anos, passou a ser “nossa mãe”. A primogênita da família se casou em seguida, indo morar na cidade de Marília/SP, minha atual cidade. Meu pai era um homem muito nervoso e, depois que minha mãe faleceu, as coisas pioraram, pois ele nos batia muito por qualquer motivo. Se não fosse minha irmã, não teríamos conseguido chegar tão longe.

Ficamos em São Paulo por sete anos. Um dia, meu pai resolveu voltar para nossa casa em Sergipe e, passados três anos, ele se envolveu em um acidente de carro, vindo também a falecer e nos deixando completamente sós. Com a morte do meu pai, nossa situação financeira se agravou de tal modo que não tínhamos nem o que comer. Um tio nos ajudava com algum alimento e, para complicar mais a situação, nossa casa pegou fogo num acidente doméstico, onde perdemos tudo, até nossos documentos.

Duas das minhas irmãs resolveram vir para Marilia, para ver se arrumavam emprego, já que lá não dava mais para ficar. Meu tio ajudou com as passagens e, aos poucos, todos nós viemos para o interior de São Paulo mais uma vez. Passamos muitas dificuldades aqui também, até conseguirmos emprego e casa para morar.

Casei-me com 25 anos e, depois de duas perdas significativas no passado, tive o privilégio de ser mãe e ganhei meu primeiro filho. Que maravilhoso! Foi minha maior alegria depois de tanto sofrimento. Dois anos depois, ganhei meu segundo filho, mais um presente de Deus! Quando meu segundo filho estava com dois anos, meu marido perdeu o emprego e começou a frequentar os bares e jogar sinuca todos os dias. E, a cada dia que se passava, ele chegava mais tarde, ou então, chegava no outro dia às 6 horas da manhã. Até que ficou sem voltar para casa por onze dias. Eu só chorava e não conseguia dormir. Trabalhava com vendas, mas não era o suficiente para sustentar toda a casa, e o resultado disso foi que cortaram nossa água e luz e passamos um tempo a viver com ajuda das famílias. Cheguei num ponto desesperador para uma mãe com dois filhos e não sabia mais o que fazer.

Uma das minhas irmãs havia se convertido a Cristo e sempre me chamava para ir à igreja com ela. Por muito tempo resisti, mas, naquele momento de desespero, resolvi que era hora de buscar a Deus. Comecei então a frequentar a igreja e a levar meus dois filhos juntos comigo. Converti-me e passei a me relacionar com Deus, mas ainda faltava uma coisa: a conversão do meu marido.

Minha vida já era outra. Eu agora tinha Jesus, tinha onde descarregar meu fardo e depositar minha esperança, tinha quem ouvisse minhas súplicas e escutasse meu clamor. E minhas orações eram sempre as mesmas: pela conversão do meu marido, pela obra completa na minha família. Foram dois anos orando, indo aos cultos, sem faltar um domingo. Muitas vezes, pedia para o pastor fazer uma visita em casa para orar, mas meu marido sempre dava um jeito de sair.

Nesses dois anos, tive que colocar minha fé à prova, pois enquanto ia para igreja, ele continuava a frequentar os bares.

Num domingo qualquer, eu estava no culto e de repente minha irmã pega no meu braço e diz para eu olhar para trás.

Quando olho, vejo meu marido lá, sentado no último banco, assistindo ao culto. Comecei a chorar e a agradecer a Deus, pois sabia que aquele era o primeiro passo. Aquilo era obra Dele, porque alguém que não acredita em nada, não entra numa igreja por acaso. E isso Deus confirmou, pouco tempo depois: meu marido se rendeu a Cristo e após o primeiro passo dado, nunca mais parou de caminhar.

Com a minha casa toda nas mãos de Deus, veio então meu terceiro filho, uma menina, que foi uma privilegiada, porque pôde nascer em um lar cristão. Nossa alegria estava completa.

Eu e minha casa agora servimos ao Senhor. Vivi momentos difíceis, tristes e de muitas dores, mas nada se comparada com a graça alcançada através de Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador.

Como a visão da Igreja Evangélica das Nações vem contribuindo na sua transformação de vida?

Muitos anos atrás, eram feitos cultos nas casas os quais chamávamos de “Grupo Caseiro”. Na minha casa, sempre houve essas reuniões, que eram uma benção através das quais fizemos grandes amizades naquele tempo, amizades que permanecem sólidas até hoje. Acredito que a Corda seja igual, mudando apenas o nome. Como aqueles, a Corda é algo muito bom e gosto muito de nos reunirmos nas casas, principalmente porque assim podemos conhecer melhor uns aos outros.Algumas outras coisas também já faziam parte da minha caminhada com Cristo, como o ISD (tempo a sós com Deus), que sempre foi fundamental na minha vida, pois sempre separei um tempo para ler a Palavra e orar.

Maria Anete e família

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