Rompendo BARREIRAS

Marlene Barbosa @marlene_sbarbosa Meu nome é Marlene, sou casada há trinta e dois anos e tenho duas filhas. O ano […]


Marlene Barbosa
@marlene_sbarbosa

Meu nome é Marlene, sou casada há trinta e dois anos e tenho duas filhas. O ano de 2017 foi o início de uma grande batalha. 

Era domingo, quando meu marido Ivair foi para a inauguração da igreja em Jaú, e recebi uma ligação dizendo que ele havia sofrido um grave acidente de carro, que o deixou entre a vida e a morte. Quando cheguei ao hospital, deparei-me com ele em uma maca, sem conseguir respirar, mexendo apenas os olhos e o restante do corpo imóvel. O médico plantonista me disse que ele havia fraturado cinco vértebras cervicais, responsáveis pela mobilidade do seu corpo. 

O médico me alertou que, nesses casos, é muito comum faltar oxigenação nos pulmões e o paciente ter uma recaída. Senti naquelas palavras que, se não acontecesse um milagre, meu marido poderia não resistir. Procurei me manter firme, pedindo a Deus pela vida dele. A igreja da qual fazemos parte também levantou um clamor e assim o período mais crítico foi vencido. 

Passou-se uma semana de internação e meu marido continuava sem se mexer, sem sentir o corpo e movimentando apenas os olhos. Ele precisava fazer uma cirurgia para descompressão das vértebras, mas era difícil conseguir um médico que aceitasse esse caso. Após muita oração, um médico concordou e realizou a cirurgia, deixando claro que o paciente teria somente 20% de chance de sobreviver devido à gravidade do caso. Enquanto isso, continuamos intercedendo e a cirurgia foi um sucesso. 

Após um mês, ele recebeu alta. Porém, o médico me disse que eu iria ter “um grande bebê” para cuidar, pois ele iria permanecer na cama para o resto da vida, praticamente em estado vegetativo. Quanta tristeza senti em meu coração! Ouvir aquilo do médico me deixou desamparada, desanimada, mas senti, naquele momento, algo inexplicável: era como se uma força me reerguesse e ouvi uma voz forte em alto e bom tom dizendo: “Vai confiar em homens?”

Essa experiência me manteve forte e com esperança. Mas, foi necessário romper muitas barreiras para compreender o propósito de Deus. Os dias difíceis seguiam para nos mostrar que a batalha ainda não havia terminado. 

Graças a Deus, meu marido conseguiu uma vaga para iniciar o seu tratamento no Instituto Lucy Montoro, uma clínica de reabilitação destinada a promover serviços de fisioterapia. Não obtivemos uma vitória imediata e total, mas fomos colhendo constantes intervenções de Deus durante o processo. 

Ao observar meu esposo fazendo exercícios, dependente de uma cadeira de rodas, comecei a indagar por que Deus havia permitido isso acontecer. E, outra vez, ouvi uma voz penetrante dizer: “Eu não poupei nem meu filho que foi morto na cruz”.

Naquele momento, pedi perdão a Deus, reconhecendo que Ele estava me ensinando a trilhar o caminho da perseverança e que desistir não era a opção. 

A partir daquele dia, comecei a orar mais, a jejuar, a ler a Bíblia. Compreendi que a nossa maior arma de luta é buscar mais o Senhor. Passei a crer na vitória, pois Deus sempre esteve conosco e milagres aconteceram. Hoje, meu marido consegue se alimentar sozinho, escrever e mexer no celular. Sua mente também é totalmente preservada. Por enquanto, ele ainda não anda e depende de outra pessoa para levantá-lo da cama. Porém, aquilo que parecia o fim, hoje apresenta sinais de vitória, superação, milagre e muitas lições valiosas para glorificar a Deus. 

Já faz sete anos que estou vencendo as cicatrizes, e, por trás delas, há um sentimento de confiança, uma disposição vinda de Deus para continuar rompendo barreiras, seguindo em frente, olhando sempre para o Alto, na certeza de que Ele sempre estará comigo, nunca me deixará e nunca me abandonará (Deuteronômio 31:8).

Não tenha medo! Não desanime! Confie totalmente nisso para ser forte, romper as barreiras, cuidar das feridas e saber que o tempo vai curá-las. Aquilo que ficar por trás das cicatrizes serão os sinais de vitória.

Marilene e seu marido Ivair

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