Renata M. Cabral Medeiros
Funcionária pública federal/nutricionista
Nasci em um lar estruturado, tive uma infância muito feliz, brinquei bastante e sempre fui uma criança alegre e amada pelos meus pais e familiares. Mas, desde a mais tenra idade, havia uma divisão em minha casa: minha mãe estabeleceu que minha irmã era a filha preferida dela e eu era a filha preferida do meu pai. Isso não impediu que eu recebesse carinho e atenção deles durante minha infância, mas, quando chegou a minha adolescência, o efeito foi devastador.
Com o tempo, minha mãe foi deixando bem claro a preferência dela por minha irmã e me rejeitando ou mesmo agindo com indiferença a cada dia. Embora eu sempre tenha sido uma filha comportada, com boas notas na escola, ela me tratava muito mal, ao contrário do que fazia com minha irmã, que sempre ganhava roupas e bolsas caras e toda atenção possível. As duas passavam horas no quarto fechado, conversando e se arrumando, enquanto eu mesma lavava minhas roupas, fazia minha comida e tudo de que necessitava shampoo, escova de dentes, ou qualquer outra coisa, eu tinha que pedir ao meu pai. Além disso, minha mãe me ofendia com palavras horríveis que me magoavam muito.
Assim, com toda essa situação, fui me tornando uma adolescente triste e rebelde. Em diversos momentos, pensei em desistir e tirar minha própria vida. Não foram poucas as vezes em que eu ficava imaginando como fazer isso. Não tinha mais autoestima, apresentava um intenso complexo de inferioridade e não via esperança para mim. Sentia-me uma inútil. Sem futuro. Sem perspectiva. Uma escuridão sem fim. Por diversas vezes, eu achava que a culpa fosse minha por ter nascido ou por existir e retalhava meu braço e punho com um estilete.
Concluí minha faculdade e, depois de muitas brigas e muito magoada, me despedi de meu pai e fui embora de casa. Mesmo com tudo isso, minha vida seguiu e me casei após um namoro de quatro anos. Mas acabei imitando o comportamento de minha mãe nas atitudes diárias e meu casamento ficou por um fio. Eu ainda sentia um vazio enorme e me faltava sentido para viver. Mesmo tendo um bom marido, uma boa casa, um emprego, eu ainda tinha muitos momentos difíceis. Até que um dia, alguém me aconselhou a buscar ajuda em uma reunião cristã e eu fui. Mesmo triste, magoada, sem esperança, eu cheguei naquele lugar. Fui recebida com tanto carinho e amor por aquelas pessoas que nem me conheciam. Lá tinha música, oração, alegria e um homem contando a sua história de vida. Uma linda história de superação, transformação e esperança. No final, ele fez um convite e uma simples oração. Eu aceitei e foi a melhor decisão que tomei em minha vida.
Desde aquele momento, tive um encontro pessoal com Jesus e pude conhecer o amor incondicional de Deus pela minha vida. Ele me ensinou a perdoar e a pedir perdão, me mostrou que a vida que Ele me deu é tão preciosa a ponto de enviar Seu Único Filho Jesus para morrer por mim naquela Cruz, levando minhas dores, enfermidades e decepções. E que nenhum sofrimento é maior do que o Amor que Ele tem por mim. Deus curou meu passado, transformou meu presente e me deu esperança para o futuro. Restaurou meu casamento, realizou um sonho profissional e me deu dois filhos lindos. E nunca mais pensei em desistir.
Olho para a vida todos os dias como uma dádiva de Deus. Sinto-me amada todos os dias, enfrentando os desafios, encarando as adversidades, desfrutando dos momentos felizes com muita intensidade.
Pode ser que você que está lendo a minha história já tenha se sentido assim: triste, angustiada, sem esperança, com agonia no peito, rejeitada a ponto de querer desistir e tirar a própria vida. Mas quero confortá-la com essas simples palavras: Não faça isso, não desista da sua preciosa vida. Você é muito importante para Deus, para as pessoas à sua volta, para seus familiares. Resista, ore pedindo a 6 Deus que afaste esses pensamentos. Levante-se, pois grande ainda é a sua caminhada e um projeto lindo de vida que Deus preparou para você!
“Ele (o Pai) nos tirou da potestade (império) das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor”. (Colossenses 1.13)
