Desafios Superados

Janaina da Bala de CocoIEN Sul2 Tenho 41 anos, sou casada, mãe de dois filhos: William, com 24 anos e […]


Janaina da Bala de Coco
IEN Sul2

Tenho 41 anos, sou casada, mãe de dois filhos: William, com 24 anos e Débora, com 18 anos. Casei-me com 16 e tive o William com 17 anos e morava junto com os meus sogros.

Quando meu filho tinha seis meses, eu resolvi ajudar meu marido na renda familiar, pois ele trabalhava em um escritório de despachante e a situação estava difícil. Meu sogro e minha sogra faziam bala de coco para aniversário. Resolvi tentar vender as balas de coco em estacionamentos de mercados e em casas no bairro Aquarius. Tive que enfrentar a vergonha, afinal, nunca tinha feito isso e eu era muito nova também. Receber os “não, obrigado” não era fácil.

Eu era persistente ainda que a maioria me criticasse por ser nova e vender de porta em porta. Lembro-me até hoje de um senhor em um estacionamento de supermercado, que chamou a minha atenção dizendo: “Menina, isso não é para você. Toma vergonha e vai estudar para ser alguém na vida”.

Havia também pessoas boas ao meu redor que me incentivaram. Lembro-me de uma senhora, em um ateliê, que havia comprado por dó, mas quando ela experimentou o produto, adorou e me disse: “Menina, volta aqui na segunda, quarta e sexta que vou apresentar sua mercadoria às minhas alunas”. Eu voltei e todas amaram; comecei a passar lá toda semana e sempre me incentivaram a prosseguir, pois reconheceram que o produto tinha qualidade. Assim, fui vencendo a vergonha e oferecendo em outros lugares.

Meu marido chegava do serviço e fazíamos um pouco de balas para tentar vender no dia seguinte. Até que ele pediu as contas de seu serviço porque não estava mais aguentando fazer as duas coisas e resolvemos investir na bala de coco.

Tive minha filha e as coisas foram ficando mais difíceis ainda. Vários cheques pré-datados, agiotas. Meu marido não trabalhava mais e só estávamos vivendo com a renda da bala. Após seis meses que a Débora nasceu, passei por uma cirurgia para retirar um nódulo do colo do útero. Superamos essa fase, entrei em depressão e tive que trabalhar muitas vezes dopada de remédios com dois filhos para cuidar, mas já tinha uma freguesia boa.

Um fato marcante foi vender em uma loja de confecções, para a dona do estabelecimento, Cleide, e suas funcionárias. De tanto desabafar meus problemas para a Cleide, ela se prontificou a ir a minha casa com seu pastor, João, para orar por mim. Concordei, mas confesso que fiquei com um pé atrás, pois éramos de religiões divergentes. Aceitei Jesus nessa visita.

Como minha enfermidade só piorava, resolvi ir ao culto também. Foi algo totalmente diferente para mim e voltei várias vezes. Como eu tinha muito medo de dirigir devido a vários acidentes que tinha sofrido, sempre pedia para alguém me levar. Mas, em certo domingo, peguei o carro e fui morrendo de medo, mas fui. Daquele dia em diante, eu nunca mais tive medo e dirijo até hoje sem depender de ninguém.

Coloquei Deus na frente da minha vida, do meu trabalho e tudo foi mudando aos poucos. Minha vida financeira progrediu bastante e as portas se abriram para as vendas. Hoje, eu e minha família vivemos somente das balas de coco e isso já faz 24 anos. Sou mais conhecida como a Janaina da Bala de Coco. Minha propaganda foi de boca a boca: um me indica para outro e por aí vai. Sou uma mulher curada das minhas enfermidades que não paravam de aparecer, tenho minha casa, carro, moto e conquistei tudo com minha dedicação e com Deus à frente de tudo me sustentando.

Para acrescentar, já recebi um certificado da Câmara dos Vereadores me homenageando pela melhor bala de coco de Marília e tenho clientes espalhados em muitas cidades e países. Para honra e glória de Deus, aquela senhora que me incentivou, hoje manda a minha bala para sua filha que mora nos EUA.

Enfim, foram muitas lutas, mas também muitas vitórias, principalmente na área profissional. Portanto, aconselho a todos que não desistam nunca, vão em frente, coloquem Deus no início de todo projeto e enfrentem qualquer coisa que os atrapalhem de vencer, enfim, não joguem fora o dom que Deus lhes deu!

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