Por: Luana Grace dos Santos Chirnev
Dona de casa
Sou casada há 13 anos e a minha história de vida tem início em minha adolescência, quando saímos da inocência e começamos a entender o mundo ao nosso redor.
O mundo ao qual estava inserida não era tão lindo quanto imaginava, pois, em minha casa, não havia paz, nem alegria, nem harmonia, nem segurança. Meus pais não tinham um relacionamento saudável e não havia estrutura familiar, já que meu pai tinha o vício do álcool e nos abandonava para viver suas aventuras. Já minha mãe buscava resolver seus problemas saindo ainda de madrugada para trabalhar e voltando somente muito tarde da noite.
Eu me via sozinha e muitos sentimentos ruins começaram a me dominar, como raiva e amargura. Fui me tornando muito rebelde e passei a dar muito trabalho a meus pais. Os vícios e os prazeres do mundo começaram a me dominar.
Nessa fase, conheci meu esposo e, em menos de quinze dias, começamos a namorar.
Compartilhávamos nossos problemas e percebíamos que eram semelhantes. Então, decidimos que nos casaríamos, pois essa era a solução que encontramos para resolver os “nossos problemas”. Como éramos muito novos, eu, com dezoito anos de idade e ele, com dezenove, sabíamos que nossas famílias não aceitariam nossa união, por isso, decidimos que eu engravidaria – isso com menos de cinco meses de namoro.
Enfim, casamo-nos e não tínhamos nenhuma estrutura, nem emocional, nem espiritual, nem financeira e ainda paramos com os estudos.
Assim, os problemas se aprofundaram. Meu esposo não assumiu suas responsabilidades de um homem casado, pois saía com os amigos, bebia muito e, por muitas vezes, me deixava em casa sozinha. Eu fui me tornando cada vez mais rancorosa e amarga.
Logo nasceu nosso filho e as dificuldades só pioravam: eram muitas brigas, agressões verbais, dificuldades financeiras. Muitas vezes, não tínhamos nem o que comer e não sabíamos como resolver nossos conflitos. Logo começamos a falar sobre divórcio, pois era a única solução que víamos naquele momento, já que não conhecíamos a Cristo e nem tínhamos entendimento de que casamento é uma aliança e não um contrato.
Estávamos totalmente frustrados, feridos, arrependidos, sofrendo muito e fazendo com que nosso filho também sofresse, passando por todos aqueles conflitos. Estava eu novamente vivendo em um lar onde não havia paz, nem alegria, nem harmonia, nem respeito…
Nesse tempo, o amor de Deus nos alcançou. Conhecemos nosso pastor (Marsilvio), que foi nos visitar e nos apresentou Jesus. Identificou tudo o que estávamos vivendo, orientou-nos e nos discipulou. Encontramos uma esperança: “JESUS”, e somente Ele poderia restaurar meu casamento, minha vida e a de meu esposo.
Começamos a caminhar com Cristo, passamos a conhecer a palavra do Senhor e ela começou a gerar vida em nós vida em nossa alma e em nosso espírito, assim como está em Hebreus 4:12: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. Conforme conhecíamos Jesus, mais ficávamos apaixonados por Ele e decidimos que viveríamos uma vida de forma que glorificasse o nome Dele.
No início, não foi tão fácil e simples assim. Precisávamos passar por um processo ainda, porque as feridas estavam doendo em nossa alma e havia muitas coisas erradas a serem consertadas. Estávamos agora em Cristo e queríamos deixar as coisas velhas para trás e viver o novo de Deus, por isso, fizemos alguns cursos relacionados à área da família e aprendemos o que é casamento para Deus.
O Espírito Santo começou a trabalhar de uma forma linda em nossas vidas, porém havia alguns conflitos que não estávamos conseguindo resolver e não entendíamos o porquê. Em certa ocasião, a igreja apresentou um seminário sobre libertação e, dentre vários assuntos, abordou-se o pecado oculto. O Espírito Santo falou ao coração do meu esposo que era o momento de ele confessar o seu adultério. Quando ele chegou em casa, chamou-me para conversar e me contou sobre a traição cometida no início de nosso casamento.
Naquele momento, o mais difícil de minha vida e casamento, tive uma experiência extraordinária com Deus. Só estávamos eu, meu marido e o Espírito Santo. Este, junto de mim, me falava: “Você tem duas opções: ou você perdoa, é feliz e deixa Deus usar isso para beneficiar e abençoar seu casamento, crendo que o sangue de Jesus é suficiente para perdoar seu cônjuge, ou você não perdoa e se enche de sentimentos de raiva e amargura e impede o projeto de Deus na vida de vocês (“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas), tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” – Mateus 6:14-15).
O fato é que, antes de conhecer a Cristo, essa palavra não fazia parte do meu vocabulário. Devido as marcas do passado, não aceitava que ninguém me machucasse e, quando isso acontecia, eu, simplesmente, eliminava a pessoa da minha vida, sem nenhum ressentimento. Porém, agora eu estava vivendo algo novo, já participava da igreja há algum tempo e já ouvira falar sobre perdão. Eu estava vivendo a realidade do Cristianismo caminho que decidi seguir. o
Então, decidi, naquele momento, que liberaria o perdão para meu marido, porque aquela voz mudou algo dentro de mim. Porém, perdoar não significa esquecer; perdoar não é um sentimento, mas um processo que começa com uma decisão, e o mais difícil foi passar pelo processo. Porém, quando nos dispomos a obedecer à palavra de Deus, essa decisão libera a graça e o amor divinos sobre nós, que mudam o nosso coração e encontramos força Nele para sermos livres.
Assim, todas as nossas cadeias foram quebradas, nosso coração foi tratado, nossas vidas foram verdadeiramente transformadas. Após aquele dia, através do arrependimento, da confissão e do perdão, Deus restaurou nossa aliança, restituiu os nossos sonhos, as portas começaram a se abrir, e até aqui o Senhor tem nos sustentado.
Portanto, não se deixe levar pelas suas emoções ou por seu orgulho; prefira obedecer a umas das ordenanças do Senhor e desfrute do melhor de Deus. Decida perdoar, renuncie o sofrimento, deixe Deus curá-lo (a). Ele quer restaurar sua família, assim como restaurou a minha.
Portanto, não se deixe levar pelas suas emoções ou por seu orgulho; prefira obedecer a umas das ordenanças do Senhor e desfrute do melhor de Deus.