
Vim de uma família católica, mas nem tanto praticante. Deus era aquele homem pintado nas paredes da igreja e no crucifixo. Achava que O tinha no coração, mas, ao mesmo tempo, sentia-o muito distante. Vivia uma religiosidade onde a “permuta” para sair com os amigos era ir à missa aos domingos.
Ainda jovem, tive um relacionamento amoroso que marcou minha vida. Era alguém que amei muito e jurava ser o homem da minha vida. Ao terminar, sofremos muito e resultou em mágoa que se estendeu por anos. Resolvi voltar com um antigo namorado, “na birra”, que, hoje, é meu atual marido. Com meses de namoro, engravidei da Yagda e, devido a essa motivação errada, me casei literalmente com “uma mão na frente e outra atrás”, sem planejar, sem nenhuma condição financeira, emocional, espiritual e, o pior, sem conhecer com quem estava me unindo.
Não demorou muito para ver o engano e o erro, pois além de ele estar envolvido com outras duas mulheres e respectivos dois filhos, e eu sabia disso, descobri que havia me casado com um alcoólatra e violento, que, para agravar, passou a ser adúltero, gerando arrependimento pelo casamento e mais mágoas ainda.
Nessa época, mudei-me para São Paulo. Eu pensava que, com minhas próprias forças, faria dar certo. Com sete anos de casada, já morando em Marília, depois de infindas brigas, ofensas, etc, eu tinha uma grande amiga, uma vizinha, minha xará, que era minha confidente, com quem compartilhava tudo, inclusive as papinhas que fazíamos para nossos bebês. Do nada, viramos a cara uma para a outra e de amigas passamos a “nos odiar”.
Isto foi pura artimanha do inimigo, pois através de um convite e pequeno testemunho dela, Denise Mora, “minha mãe na fé”, aceitei ir ao culto na Segunda lgreja Presbiteriana Independente e naquele mesmo dia, me entreguei a Cristo como a última tentativa: Eu pensava: “Pior do que está não pode ficar”.
Porém, embora caminhando com o Senhor, as coisas pioraram, pois meu esposo passou a beber ainda mais, todos os finais de semana. Meus filhos viram cenas traumatizantes, mas, um dia, o Senhor me deu uma palavra que está em l Pedro 3, que foi o divisor de águas na minha história: “Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês”. Foi muito difícil aceitar o mandamento do Senhor, pois pensei: “Como eu vou ser submissa a um bêbado e violento e que não conhece a Palavra?” Mas decidi confiar, orar, me calar ao invés de criticar e demonstrar amor ao invés de acusar. Um dia o pastor Paulo me disse: “Irmã,tem que ter fé.
Comece a imaginar até a roupa que seu marido vai entrar aqui na lgreja”. E assim foi. Certo dia, num evento de King’s Kids, já na nossa Igreja Evangélica das Nações, na hora do apelo, o pastor pediu para as crianças irem ao encontro dos papais, mamães e avós que ainda não conheciam Jesus.
Minha pequena Yagda, então com sete anos, veio chamar o pai: “Pai, você precisa entregar sua vida para Jesus. Venha comigo!” E o pegou pela mão. Ele, eu, e quem estava do lado (lembro-me do Sr Mancuzo), todos estavam chorando e, muito emocionados, fomos orientados a entregar o controle das nossas vidas nas mãos de Deus.
Nossa confissão de ter Deus como Nosso Senhor e Salvador e batismo vão para 20 anos. Criamos nossos filhos nos princípios e valores do Senhor e temos uma missionária preparada e ativa na Igreja, a Yagda. O Jairo Júnior, do meio, se afastou dos caminhos de Deus porque não lhe demos bom testemunho e não teve a presença emocional e exemplar do pai. Porém creio que, por meio de nossas orações, ele e sua família estarão adorando nosso Deus conosco um dia. Já profetizamos isso sobre a vida da pequena Isabelle, nossa netinha linda e saudável, que nasceu recentemente. Com quatro anos de conversão, tivemos outro abençoado filho, Jonathan, adolescente com 16 anos, que foi “poupado” daquela vida, não fez parte dela e não sofreu tudo aquilo. Consideramos todos como tesouros preciosos.
Tempos depois, o Senhor preparou um contato com o antigo namorado de quem guardei mágoas por mais de vinte anos e ele também de mim. Houve confissão, acertos e liberação de perdão. Inclusive testemunhei a ele e lhe falei de Jesus. Em decorrência dessa restauração de antigas feridas, Deus proporcionou grande libertação dentro do meu casamento. E como se a benção estivesse retida e fora liberada a partir de então.
Eu e meu marido hoje somos novas criaturas: A vida a dois não é fácil e passamos por muitas lutas, pois, embora esteja perdoado o pecado, ele gera suas consequências. Participamos de diversos ministérios na lgreja, fizemos o TBL (Treinamento Básico de Liderança), fomos um dos primeiros casais a concluir os cursos do Trilho da Liderança, o que nos dá suporte para liderar a Corda Emanuel, que já teve uma multiplicação e se prepara para mais uma. O Jairo, apesar de suas limitações, é fiel a Deus. Há anos tem compromisso como intercessor da Igreja, onde vai todas as manhãs orar ombreado com os irmãos. Assim temos prosseguido em conhecer o Senhor e fazê-lo conhecido.
Como a visão da lgreja Evangélica das Nações vem contribuindo na sua transformação de vida?
“O ganhar, cuidar e multiplicar discípulos é para todos. Tenho ganhado diversas pessoas, cuidando delas e lhes ministrado o discipulado básico, mas, pela primeira vez, vou batizar uma discípula nas águas nas próximas Grandes Festas. Ao mesmo tempo, sou cuidada e ministrada pelos irmãos da Corda e pela amiga-irmã e líder Marta Stavarengo, com quem tenho encontros quinzenais no formato de micro corda. As primeiras áreas transformadas foram passar de espectadora para efetivamente participante na tarefa de acrescentar vidas ao Reino de Deus e de fazer parte da colheita de forma mais estruturada”. Aprimorar minha intimidade com Deus através do TSD (tempo a sós com Deus) e cuidar do novo ambiente de treinamento para todos os membros da IEN (Igreja Evangélica das Nações) foi renovado, aprimorado e vem contribuindo na transformação da minha caminhada cristã. Obrigada Jesus, porque acordei e agora tenho muito a desfrutar!!!

Denise e família
